O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) expressa receios de que se torne o próximo alvo da Justiça Eleitoral após a cassação do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), com quem atuou na Operação Lava Jato na década passada, sendo Moro juiz e Dallagnol procurador.
A tensão de Moro é justificada, uma vez que sua condenação é vista como provável nos tribunais superiores. O ex-juiz manifestou extrema preocupação com o processo de cassação de Deltan Dallagnol e buscou apoio até mesmo da família Bolsonaro para tentar evitar a perda do mandato de seu colega, porém os filhos do presidente decidiram não se envolver na disputa.
O voto do ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), contrário a Dallagnol no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi interpretado como um sinal de que a família não interferiu no assunto.
Nas conversas, Moro expressou a crença de que, depois de cassar Dallagnol, “eles virão atrás de mim” para cassar seu mandato no Senado. Segundo os mesmos interlocutores, Moro acredita que nada é por acaso e que existe uma estratégia previamente planejada para excluir os protagonistas da Lava Jato do cenário político.
A eleição de Moro está sendo questionada na Justiça Eleitoral do Paraná pelo PL, que apresentou um pedido de cassação em dezembro de 2022, alegando supostas irregularidades nos gastos de campanha.
Caso Moro perca o mandato, o segundo colocado na eleição, o ex-deputado federal Paulo Martins, do PL, poderá assumir seu lugar no parlamento. Ao receber o pedido de cassação, Moro se pronunciou em sua conta no Twitter, afirmando que seu adversário “tem a audácia de me acusar falsamente de irregularidades para obter o mandato de Senador através de manobras políticas”.
